Todo mundo que se forma na universidade, em algum momento de sua vida acadêmica se depara com a seguinte pergunta: “Qual a vida Financeira de um arquiteto ou quanto ganha um arquiteto?” Isso acontece porque fomos criados em uma era onde devemos estudar, nos formar e ganhar dinheiro. Simples assim, não é mesmo? “Só que não.”
Sem problemas, quase todos passamos por isso. “Mas eu? Arquiteto, arquiteta… quanto vou ganhar? O quanto a profissão arquitetura vai me render? O quanto meus projetos arquitetônicos valem? Qual será meu salário se eu for funcionário de um escritório de arquitetura?”.
Nós temos todas essas respostas para auxiliar em alguns pontos que são de extrema importância para você arquiteto(a) e na sua vida financeira.
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Quanto devo cobrar pelo meu Projeto?
Segundo censo realizado pelo CAU/BR, o método de cobrança mais adotado é o por metro quadrado de construção (35,70% das respostas).
“Principalmente entre os jovens arquitetos e em projetos de programas mais simples, como residências e pequenos prédios comerciais”, comenta o presidente da entidade, Haroldo Pinheiro.
Logo a seguir, entra a tabela de honorários do IAB (22,18%). Isso porque, para projetos com programas mais complexos ou extensos, haveria a necessidade de um cálculo mais aprofundado, o que é possível com a tabela, que trabalha com percentuais sobre o custo da obra e categorias de edificações.
Ainda há 6,41% que cobram sobre a porcentagem do Custo Unitário Básico da Construção Civil (CUB) e 14,71% que usam outra metodologia – o que pode indicar métodos próprios ou uma combinação de métodos. No censo, os 21% restantes afirmaram não trabalhar com projetos.
No site do CAU você pode baixar os livros completos contendo as tabelas de honorários de serviços de Arquitetura e Urbanismo. Contém 3 módulos:
Remuneração do projeto arquitetônico de Edificações
Remuneração de projetos e serviços diversos
Remuneração de Execução de Obras e outras atividades
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Salário de Arquiteto – Como é a vida financeira um arquiteto como funcionário?
Você sempre pode optar por trabalhar em um escritório de arquitetura e viver de projetos. De acordo com o último censo realizado pelo Conselho dos Arquitetos e Urbanistas do Brasil (CAU), divulgado em 2020:
Pouco mais da metade (51%) dos arquitetos e urbanistas participantes fornecem serviços como autônomos, outros 13% são donos de empresas ligadas a Arquitetura e Urbanismo e os assalariados somam 15%, enquanto 12% possuem outras fontes de renda.
Hoje, a maior parte (35%) declara que a vida financeira de um arquiteto individual é de um a três salários mínimos, considerando-se o valor de R$ 998,00 na época da pesquisa. Ou seja, entre R$ 998,00 e R$ 2.994,00.
Em seguida, aparece o grupo de 26% que declarou renda entre três e seis salários-mínimos, ou seja, de R$ 2.994,00 a 5.988,00. O terceiro grupo junta 11% dos entrevistados: são os que recebem entre seis e nove salários mínimos (de R$ 5.988,00 até R$ 8.982,00).
Parte significativa dos entrevistados (6%) declarou não possuir nenhuma renda e 10% respondeu ganhar até um salário mínimo.
Combinando dados de raça, gênero e renda do Censo 2020 com os do 1º Diagnóstico Gênero na Arquitetura e Urbanismo realizado pelo CAU Brasil entre julho de 2019 e 29 de fevereiro de 2020, a grandeza dos desequilíbrios se acentua entre os recortes: a média salarial dos homens brancos (R$ 5.590,00) é quase o dobro das mulheres pretas (R$ 2.888,00).
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Decidi que quero ser um Arquiteto Autônomo. Existem vantagens? E desvantagens?
Maior flexibilidade de horários e possibilidade de seguir suas próprias regras na execução de tarefas – e não a de um chefe imediato – são algumas das vantagens quando se opta por trabalhar como autônomo.
Por outro lado, se o profissional quer benefícios de um CLT, como férias, 13º e futura aposentadoria, deve fugir dessa opção. E ainda, deve ter noção que precisa também saber gerenciar pessoas, controlar finanças e fazer a prospecção de clientes.
“O arquiteto autônomo precisa ter um trabalho pronto para mostrar. Com o primeiro trabalho concluído os clientes aparecem por indicações”, explica Luciana Sobral, que atua como autônoma desde que se formou pela FAU-Mackenzie em 2000.
Presente em todas as fases de produção do edifício, do projeto ao acompanhamento de obra, incluindo a negociação com clientes e fornecedores, a arquiteta conta que o autônomo muitas vezes se desdobra para executar todas as tarefas necessárias e ainda estar disponível para novos trabalhos.
Se decidir ser autônomo não esqueça:
– Alimente periodicamente uma reserva no banco para conseguir se manter em momentos de crise
– O ideal é ter no fundo uma quantia suficiente para bancar seis meses de contas fixas como aluguel e telefone
– A reserva também pode ser usada para investir em cursos, novos equipamentos e softwares
– Aprenda a gerenciar pessoas e controlar finanças, nem que tenha de fazer cursos para isso. Se não consegue cuidar da contabilidade, terceirize-a
– E lembre-se: dinheiro profissional não é dinheiro pessoal
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Reserva técnica. O que é? Sua prática é legal?
Esse é o nome pelo qual ficou conhecida a comissão financeira paga por fornecedores de produtos e lojistas pela indicação junto a clientes da área da construção. Essa prática cresceu muito nos últimos anos e em alguns lugares tornou-se comum.
Porém, a Lei 12.378/2010, que regula o exercício da Arquitetura e Urbanismo no Brasil, caracteriza como infração disciplinar o ato de “locupletar-se ilicitamente, por qualquer meio, às custas de cli...